De volta ao Insta

Aquela segunda chance


Sabe aquela pessoa pra quem a gente dá uma segunda chance após uma briga monumental, mesmo depois de jurar que não volta atrás?

Essa "pessoa", neste momento da minha vida, é o Instagram. Sete meses atrás, escrevi um textão pra justificar a minha saída do Insta (leia aqui). Argumento não faltou. E não retiro nenhum deles.

Eu estava num momento de profunda reflexão, ranheta mesmo, tentando entender questionamentos que me levaram a tomar decisões importantes. 

Olhando de volta pra mim, naquele período, consigo enxergar que o meu "eu virtual", construído por cinco anos naquela plataforma, precisava sair de cena. Foi uma experiência incrível e que me deixou imune a muita negatividade no período eleitoral.

Ficar sem Insta por tanto tempo não impediu de me manter conectado ou bem informado. Além disso, eu respirei mais, parei de ficar olhando para o celular toda hora e foquei em tarefas e objetivos concretos. 

Eis que inaugurei outro perfil no Instagram, após nova reflexão. Não se trata exatamente de uma recaída. Já dei segunda chance pra tanta coisa e pra tanta gente. Por que não para o meu ex-parceiro de cliques?


Não vai ser mais namoro, entende? Nosso caso agora é de amizade, muito bem conversada. Chegamos a bons termos. Decidi que só vou postar coisa boa, útil, agradável. Sem obrigação de estar sempre presente e com o objetivo de melhorar a minha comunicação.

O que motivou meu reposicionamento foi pensar em grandes amigos da vida real que surgiram através de um contato virtual. Jaime e Fernando (oi, fofos) são dois exemplos de caras que viraram quase irmãos.

Pesou ainda a postura de dois colegas jornalistas que usam o Insta para passar mensagens positivas e belas imagens aos seguidores, através de uma comunicação não-violenta e inteligente. Estão tentando fazer a diferença num ambiente fútil em demasia. 

Por fim, sou geminiano (comunicador por natureza) e professor num centro universitário (dou aula a jovens mergulhados nas redes sociais). Às vezes, é preciso estar junto com a galera, pra falar a mesma língua.


Imagem: Getty Images/iStockphoto.

Com esse novo perfil, pareço soar contraditório, porém com boas justificativas. Insta, vem cá, me dá um abraço, parça.

Mas não se esqueça das nossas condições: sou eu que estou no controle. Vou seguir só um pouquinho de gente. E deixar um recadinho pra Madonna de vez em quando. E não me interessa saber se a Marquezine deixou de seguir a Marina Ruy Barbosa.

No mais, quero só alegria e novos amigos. Na real, principalmente. Continuo preferindo comer fruta do pé. O que significa que, em relação ao Instagram, posso mudar de ideia, de novo, a qualquer momento. 

Afinal, Leandro Karnal, no livro "O Dilema do Porco Espinho", alertou: "Não sendo favorável à paz interior em função de sua dinâmica interna, a internet, mesmo navegada de forma solitária, tem pouco potencial de iluminação e muita força de passatempo amortecedor do tédio".

Concordo. Mas se ele, com todo o pensamento crítico que lhe é peculiar, consegue manter uma relação saudável com as redes, então acho que eu também consigo.

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