Proposta indecente
Quem é solteiro e tem um mínimo de perspicácia já percebeu que o mundo é um circo. Debaixo dessa lona estranha existem aberrações de todo tipo. São seres aparentemente inofensivos, porém esdrúxulos, resultantes da exposição à música eletrônica, sexo casual, open bar e uma série de relacionamentos mal sucedidos.
A maioria se reúne nas noites de sexta e sábado no que a gente conhece como balada. E aí, meu amigo, é só deixar rolar pra ver até onde a água bate.
Minha última incursão na noite circense ribeirãopretana rendeu um convite inusitado: um beijo a três. Isso mesmo, um ménage labial. A garota - muito bonita, vale dizer - queria uma pequena orgia comigo e um outro rapaz boa pinta (alô, Marcelo!). A história terminou num selinho. E a moça - locaça de Ice - se deu por satisfeita.
Foi uma variação interiorana do filme "Proposta Indecente". Com a diferença de que não ganhei um milhão de dólares. Mas também não tinha contas a prestar. A solteirice tem lá suas vantagens.
Uma delas é perceber como tem gente largada no mundo. No bom e no mau sentido. Raros são os solteiros por opção, bem resolvidos. Mesmo eles nutrem a esperança de que algo avassalador os arrebate a qualquer momento (ahã, senta lá!). A maioria da galera da night, no entanto, são os que levaram um pé na bunda e tentam tampar o buraco antes de entrar no antidepressivo. Há, por fim, os solitários por definição: gostam do superficial (pode rolar até um bacanal de beijo) e não se incomodam com a ideia de envelhecer em meio a dezenas de gatos bizarros. Eu com tudo isso? Tô de boa. Interprete como quiser.
Por falar em gato, um vira-lata acabou no motor do meu carro. Passei parte da noite de sábado num posto de combustíveis, onde achei um anjo da guarda (que atende pelo nome de Éder) disposto a me ajudar. Acredite, a cena parecia "Invocação do Mal". O bichano saiu ileso. Só que em pânico, com as pupilas dilatadas e fazendo barulhos assustadores, tipo criança possuída. Menos estranho, porém, do que as figuras que testemunhei dançando "Conga", da Gretchen, no fim daquela mesma balada do ménage. Fim de noite é tão deprimente para alguns seres vivos. Gatos ou não.
E se os anos 80 voltaram pra ficar (só não usem franjas e pochetes, pelamor!), agora são os 90 que ameaçam um revival (se vierem sem as calças bag, eu agradeço). O pop já começou a reciclar as batidinhas de Technotronic e companhia. Minha torcida é para um retorno de Paula Abdul aos dias de glória (segura a pedra aí, não joga, deixa eu falar).
Antes de se queimar toda no "American Idol" e sumir como o Gasparzinho, Paula foi um fenômeno. A bonita coreografou para a família Jackson e depois lançou o primeiro disco, que emplacou TODAS as músicas no top ten americano. Para minha sorte, eu consegui comprar um "greatest hits" (há mais tempo do que eu gostaria de admitir) e não paro de ouvir. O som é melhor do que muita rapariga faz hoje em dia. Deixo aqui um aperitivo.
É "Cold Hearted", essa delícia de vídeo, cafona e sexy. A música - pop de primeira linha - é sobre esses bundões que a gente tá cansado de encontrar por aí. Não merecem nem selinho. Quanto mais um beijo a três. Vale assistir até o fim, só pelos habilidosos passos de dança de dona Abdul.
É "Cold Hearted", essa delícia de vídeo, cafona e sexy. A música - pop de primeira linha - é sobre esses bundões que a gente tá cansado de encontrar por aí. Não merecem nem selinho. Quanto mais um beijo a três. Vale assistir até o fim, só pelos habilidosos passos de dança de dona Abdul.
Vazei na braquiária! Volto quando eu quiser. E cuida da SUA vida!
"Fim de noite é tão deprimente para alguns seres vivos."
ResponderExcluirNão, é, Rafael?
ExcluirDevo dizer que já experimentei um ménage a trois de beijo, não exatamente com a mesma formação do seu, e foi muito legal. Mas tava mesmo naquela de "catar papel na ventania" da solteirice.
ResponderExcluirSolteiro, tudo bem. Catar papel na ventania já é muito deprimente, né, Ricardo? Prefiro beijo one on one, mesmo. Dá pra caprichar mais, trs. Abs!
ExcluirAMeeeiiiii o texto!!!!Hoje eu que ri mto aqui viu!!!hahaha, fico imaginando a situação da proposta “indecente”kkkk, troca de saliva, cuspe, chiclete, baba e etc a três ( ecaa.. vc deve estar pensando Meu Deus olha só o que o tempo fez com o romantismo, e com espírito aventureiro dessa criatura... minha amiga de infância e adolescência nem parece a mesma quando se refere a bjuuuss), mas o fato é que os anos mudaram, os tempos são outros!!!! lembra da época de bailinho nas casas de amigos (aahhh e vale lembrar que eu só não tomava chá de cadeira graças a você, meu amigo Rodrigo, único que dançava comigo...acho que eu era uma criança ou melhor uma adolescente mto feia... ) , e ate as mais “ferventes” baladas se analisarmos nosssaaaa vou ate parecer minha vò falando : o mundo ta perdido!!!Mais sabe Ro, as pessoas nunca estão felizes, é a famosa historia do casamento : quem ta fora quer entrar e quem ta dentro quer sair...eu já não penso dessa forma radical não, o tempo muda nossa maneira de pensar, no final das contas as palavras certas para o ser humano são : Maturidade e responsabilidade!!!já vi casamento ser desfeito por um motivo ... a pessoa me disse assim : - ” ahh não dava mais, ainda amo , mas acabou o tesão, o desejo, enfim não tem mais paixão e eu sinto falta daquela aventura, daquele tcham, só me da dó dos meus filhos que estão sofrendo...” ( nesse caso pensei na palavra responsabilidade... os filhos pagam o pato...) em um outro caso estava trocando uma idéia com uma casada, e vc não vai acreditar, mas a criatura gostava de levar um par de chifres na testa!!! É mole!!! Ai fiquei analisando esse absurdo e constatei, na realidade não eram os “pares de chifres” mas sim a situação que eles proporcionavam a pessoa ( ou corna mansa diga-se melhor kkk) de certa forma aquela situação a tirava da rotina, daí a gente pensa, nesses dois casos e constata : não seria melhor se ambas fossem solteiras??? Então... ai é que ta : elas já foram solteiras...
ResponderExcluirEnfim a frase “ to solteiro to pista “ (plagio sertanojo kkk) é fato, que curtam sim, e quanto ao fim de noite... que seja de risos, e so pra consolar, infelizes daquelas pessoas que “são o fim de noite”... o tempo não para, e ai o que antes era bom, passa a ser ruim, a musica fica chata e mto alta, a paciencia pra enfrentar fila acaba, o sono vem mais cedo e pior...o “esqueleto” e as gordurinhas também haha , pedem arrego antes das 2:00 da madruga kkk
E que delicia Ro você lembrou de Paula Abdul !!! Lembra também de “Straight up” ( 1988 )??
Nossa Ro que “embalos de sábado a noite” vc teve hein kkkk, com direito ate a participação especial na continuação de “ invocação do mal 2 “ kkkk, e eu tava no chopp time, pensei em ligar para vc e Marilia, mas ai achei q tava meio tarde!!! mas combinaremos ainda viu!!! Vê se nao esqueci da nossa balada hein !!! Ai sim vamos mostrar pra galera como se aproveita a vida na vipeee!!! Aaoooo , ate parece ne!!!kkkk !!!! bjuuss ao meu escritor prediletooooo!!!!!
"Quem tá dentro quer sair, quem tá fora quer entrar". Você resumiu bem toda a situação, Elaine. O problema é que quase todo mundo não sabe curtir a solteirice de maneira saudável. Porque ser solteiro pode ser, sim, muito gostoso. Desde que a situação esteja bem resolvida, sem querer matar cachorro a grito. E o casamento pode, sim, ser horrível, com uma vida a dois que se traduz em solidão e indiferença. Ou loucura mesmo, como no caso das suas colegas, rsrs. Tudo é uma questão de maturidade e responsabilidade, como você disse. E isso vale para qualquer situação.
ExcluirAgora, que o mundo aguarde a nossa balada. A gente arrasa com esse pessoal que só pensa em beijar a três só nos três primeiros passos de dança, haha. E você nunca foi feia, para com isso. Te tirar para dançar era sempre um prazer. Se fosse com "Straight Up", da Paula Abdul, então, não sobrava pedra sobre pedra, hehe. Bjo, minha queridíssima!
Tem taaanta coisa na minha cabeça agora que nem sei por onde começar rss...
ResponderExcluirMas lembra que eu não estava mais bebendo quando nos encontramos na balada? Pois então, tive um dos momentos mais interessantes de toda a minha vida noturna.
Vc olhar a festa com os olhos da sobriedade, é muito divertido, pra não ser deprimente... Você para de ver as cores, as luzes, a festa e começa então a observar as pessoas.
O bonitão que finge estar de boa, mas caça a noite toda, aquele que bebeu muito e acabou no canto vomitando sozinho, aquele que se fez de difícil a noite toda e nos 45 do segundo tempo, abre os botões da camisa pra mostrar o corpo semi definido (pq se for definido, se joga na rodinha dos descamisados), aquele que ficou sozinho em um canto, enfim, toooodos os atores do circo...
Aí você se pergunta: Como que eu ficava com alguém assim? Simples, vc era parte do elenco rsss...
A idade começa me preocupar, pq vc olha pra alguém e começa a, em fração de segundos, escrever toda a resenha sobre aquela pessoa, e acaba por definir que não vale à pena nem ir falar oi.
Eu sempre me julguei uma pessoa forte e independente, até um recente evento que me mostrou que não, que a carência pode vir a qualquer um de nós, e afetar nosso julgamento, nossas decisões, nossa convicção...
Sei lá...
Hoje eu acredito que cada um pode até aprender a viver como vive, solteiro, largado, galinha, caçador, romantico... Mas no fundo, chega um momento em que todo mundo quer um abraço antes de dormir...
"Turn to stone, lose my faith??? I'll be gone before it happens!!!"
Ah, Seimir, que belo tratado! Quase sempre, estou sóbrio. E tenho a mesma vista que você dos outros ao meu redor. A cena é mesmo tragicômica.
ResponderExcluirMas não acho que deva se preocupar com a idade chegando. Isso é um bom sinal. Eu sempre fiquei melhor, mais perspicaz e sereno. Não me incomodo mais com as pequenas coisas.
Sobre a carência, concordo com você. Bate, às vezes. Nessas horas, ficamos propensos a fazer besteira. Aprenda a se perdoar, meu amigo, essas coisas acontecem.
Também acho que um abraço e um beijo antes de dormir são uma delícia, mas não qualquer abraço. Não qualquer beijo. Não de qualquer um. Tem de ser especial, com amor, carinho, atenção, sem a obrigação da convivência. Do contrário, estar só (mas não solitário), se você aprender apreciar a própria companhia e a se gostar de verdade, pode ser uma das experiências mais enriquecedoras da vida. E como dizem, só é feliz a dois quem sabe ser feliz sozinho. Abraço forte!
Caro Rodrigo, primeiramente parabéns pelo Blog.
ResponderExcluirÉ meu primeiro comentário por aqui, não poderia ficar de fora, este assunto rende muito rsrsrsrs.
Olha la se vão alguns anos que não frequento baladas em Ribeirão Preto, ou outro lugar qualquer, pura opção, prefiro o aconchego de minha casa nos finais de semana, vendo minhas séries preferidas (como não tenho muito tempo, são todas programadas para gravar e as vejo no final de semana).
É hoje em dia balada significa uma única coisa "ninguém é de ninguém e todos são de todos", sabe muitas vezes me pego relembrando as baladas de 80 e 90, não que eu seja um saudosista, mas nesta época íamos para dançar até cansar, as músicas eram ótimas e se tirávamos as camisas era pelo fato de estar calor ou algo assim e não uma exposição sem noção de músculos.
Legal o comentário do Semir, quando se mantem sóbrio, o "arco-Iris" muda radicalmente a sua tonalidade, este colorido então passa a ser visto em tons pasteis e cinza, depois disso dá-lhe depressão "to fora" e bem longe rsrsrsrsrs.
Sabe hoje não troco minhas viagens, meus cinemas no final da tarde de domingo, meus bons musicais em São Paulo e principalmente um bom papo (o que nas baladas de hoje é praticamente impossível) com os amigos, aquele jantarzinho legal onde a conversa fluí de todas as formas, nos permitimos até "colocar as fofocas em dia rsrsrsrs".
Eu hoje estou no auge dos meus 50, muitos estariam pirando com isso, mas levo na boa sabe porque? Porque quando olho pra trás consigo enxergar as coisas boas que vivi, me apego à elas e vamos tocando em frente quem sabe mais 50???rsrsrsrsrs
Quanto à Sra. Paula Abdul, ela faz umas participações em um seriado que curto muito, sabe tipo comédia romântica daquelas somente pra desafogar o estresse da semana é ótimo e ela está muito bem obrigado, dançando e cantando como nunca, a série é "Drop Dead Diva" que está na sua quinta temporada, pra quem curte vale a pena conferir, fica a dica.
Mais uma vez parabéns pelo blog, virei freguês.
Abraços
Daniel, obrigado pela visita e pelo tratado sobre baladas e o passar dos anos. Penso que balada, hoje, tem que ser de vez em quando. Não costumo trocar meu sofá pelas boates e ando com uma preguiça imensa de tudo e todos, mas no bom sentido. Vivo bem assim. Um abraço e volte sempre!
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