Corra!

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Sem rodeios: o suspense "Corra!" é um dos melhores filmes do ano. E, talvez, um dos melhores a que eu tenha assistido na vida.

Não por acaso, é uma história original (ou seja, não é uma adaptação, um reboot, uma refilmagem, nada disso). O diretor Jordan Peele aposta na simplicidade e num argumento possível, ainda que fantasioso: a transferência de consciência. Paro por aqui, sem spoilers.

O casal protagonista, interpretado por Daniel Kaluuya e Allison Williams, sustenta com competência a história, repleta de tensão racial. Ele, negro; ela, branca. A família dela, aparentemente, é tolerante e amável. O resto já dá pra imaginar.

Em tempos de Trump, preconceitos exacerbados e a escalada da extrema-direita ao poder, um filme que explora relações inter-raciais de maneira tão inventiva e assustadora chega a ser um alívio para os amantes do bom cinema e um sinal de que a arte deve se interpor como o mais importante contraponto político nessa era de crise generalizada.

O filme está tão bem cotado que anda causando na internet, onde as discussões borbulham. O diretor, animado com a repercussão, liberou um final alternativo, a ser incluído no DVD. 

Com roteiro ágil e cenas perturbadoras, "Corra!" (Get Out) consegue ser cult, sem deixar de ser pop. Ainda está nos cinemas e merece ser visto. Corra! 

O ano promete. Depois dos também ótimos "Fragmentado", "A Autópsia" e "Alien Covenant" (nem sei escolher qual desses três gostei mais), estão pra chegar "Annabelle 2"e "It", aquele do palhaço aterrorizante.

Pronto, 2017 já valeu. Pelo menos a pipoca.

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