Olhos de águia

Ensaio sobre a cegueira


Hello, mamíferos! Por causa das férias (fui pra praia e voltei da cor do pecado) e de uma cirurgia para corrigir a miopia (altíssima, eu usava lentes), fiquei de molho uns 40 dias. Mas estou de volta, numa melhor versão de mim mesmo. 

No período em que só abri os olhos para pingar colírios, tive uma experiência interessante: "enxerguei" com os ouvidos. E fiz algumas constatações. A primeira delas é que tenho ótimo senso de direção. Trombei com os móveis e portas do apartamento raras vezes. E a segunda é que escuto muito bem. Foi possível perceber, por exemplo, como o texto dos telejornais, especialmente os regionais, é ruim. E como a nova novela das nove é infinitamente superior à anterior, só no pé do ouvido. 

Sem poder ao menos olhar para o computador (a luz do monitor era insuportável), investi tempo na música. E redescobri ótimos CDs na minha coleção: Nickelback, Shania Twain, trilhas de novelas antigas, Billie Piper e Annie Lennox. Ouvir tudo isso de olhos fechados deu asas à minha imaginação e, certamente, me fez ver muita coisa com outros olhos.

Ver, na acepção da palavra, eu não podia, então precisei de força para deixar de lado o cinema, minha outra paixão. O último filme registrado pelas minhas córneas, no período pré-cirurgia, foi "A Morte do Demônio". E fiquei obcecado com aquilo tudo. Já conto os dias para o lançamento do DVD. Me desculpem os saudosistas, mas é melhor que o original, sim, e com muitas cenas apetitosas para os fãs de filmes "gore", como eu.

Por fim, e não por acaso, a primeira imagem que me invadiu as vistas corrigidas a laser, após cinco dias de escuridão forçada, foi a de Madonna, usando um pretinho nada básico, numa premiação em que foi coroada artista dance do ano. Espia aí embaixo.


A loira também levou por melhor turnê (lógico!) e melhor disco (o contagiante "MDNA"). E lá estava a rainha do pop, com suas pernas saradas, incrivelmente jovem, assassinando a concorrência novamente, só pra me lembrar que o mundo ainda tem belas coisas pra gente apreciar com estes olhos que a terra não vai comer tão cedo!

Estou tinindo e, com a ajuda dos meus ouvidos, agora desenferrujados pelo período de semi-cegueira, posso dizer que nunca vi com tanta clareza e cor. O cinema e a vida que me aguardem!

Agora, com sua licença, preciso trabalhar. Afinal, depois dessas férias prolongadas, meu chefe (outro poço de paciência, diante das circunstâncias) está contando comigo. Ainda mais agora, com meus lindos olhos de águia. Vou, mas volto logo, prometo. E deixo aqui minha trilha sonora das últimas manhãs. A mais linda da Annie, do melhor álbum dela, "Medusa". Meus novos olhos lacrimejam aos primeiros acordes.
Love to you all!

Comentários

  1. Você se saiu MUITO bem - apesar do método um tanto agressivo da cirurgia. E vamos no rumo de sempre nos tornarmos uma versão melhor de nós mesmos. Amo você.

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  2. Hehe. E devo minha recuperação ao...urubu. Love you 2, seu sem-vergonha.

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  3. Melhor do que escutar A whiter shade of pale em uma tarde chuvosa, só ler um texto seu, Rodrigo Ziviani. Parabéns pelo blog. Francine.

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    1. Nada como um bom som e um bom texto, né, Fran? Bjos e obrigado pela visita.

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  4. Sim, Evil Dead tem uma história muito, mas muito mais bem embasada...
    Boa recuperação a ti, amigo...
    By the way: Annie Lennox com a A Whiter Shade of Pale... Veio perfeita pra coroar minha madrugada...
    Gde abraço!
    Seimir

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    1. Valeu, Seimir. Gostei mesmo dessa nova versão de "Evil Dead". E amo Annie Lennox desde a época dos Eurithmics. Volte sempre aqui. Ab!

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  5. Adorei! Obrigado por ser esse irmão lindo e maravilhoso de sempre! Te amo, bjos
    Sua irmã, Marília.


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  6. Eu que sou grato por seu amor e paciência. Te amo tb. Bjo!

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  7. As melhores coisas a serem vistas não estão diante dos nossos olhos. Nada como uma imersão sensorial para ver a vida com novas cores, brilhos e sentidos.

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