Insuportável

Aqui, ó!


Tô achando tudo insuportável. É meu inferno astral se aproximando. Mas isso não exime o mundo da culpa. Ando rodeado de gente simpática demais. Ou que posta foto de comida, pose no espelho e festa no Facebook. Excesso me irrita.

Tento me distrair com o cinema. Mas até isso está difícil nessa temporada pré-Oscar. Há muito tempo, não engulo mais essa ditadura americana de quais filmes merecem ser vistos. "Lincoln", por exemplo, não merece. Fui ver de teimoso e confirmei minha suspeita: é insuportável, um legítimo tiro de tranquilizante na plateia. O ator está um espetáculo, mas isso a gente percebe nos primeiros dez minutos. Sorry, Spiellberg. Prefiro "Parque dos Dinossauros".

O mais insuportável até agora, porém, é "Os Miseráveis". Esqueça o contexto histórico. Esqueça a obra-prima que deu origem ao musical. Esqueça o elenco estelar. O filme é um acinte à paciência de qualquer ser humano com um fio de bom senso. O Wolverine cantando é tão patético quanto o cigano Igor da Glória Perez atuando. Não lembra? Vai pesquisar. Nem a Anne Hathaway salva a produção da cafonice e do marasmo. "Chicago" dá um banho. Até "Evita". E nem estou me referindo à Madonna, que, por si só, vale o ingresso.

Tarantino consegue ser o menos insuportável da turma desta safra. "Django" tem a assinatura do diretor: sangue, sarcasmo, violência e vingança. Peca pela duração: três desnecessárias horas para uma história que não chega aos pés de "Kill Bill".

Há outros desastres oscarianos em cartaz, como "O lado bom da vida". A sensação é de déjà vu. No ano passado, todo mundo falou de "A Árvore da Vida" e "Melancolia". São tão chatos e sem propósito que nem a crítica conseguiu chegar a um consenso. Sinal de que o cinema, fechado apenas na técnica e nas boas atuações, não garante a dignidade de um filme. As produções precisam de um fator "x" que se perdeu. Vide o insuportável "O Discurso do Rei", que levou não sei quantas estatuetas, menos a mais merecida delas: a de bomba do século.

A bomba do milênio continua sendo "Avatar". Aquele bando de gente azul abanando o rabo, em 3D, é a prova cabal de que Oscar e política se beijam loucamente.

Pois, então, resta a música. Ou não. Ando numa fase flashback, porque o que toca hoje me dá ânsia. Um bando de hits da Rihanna (ela continua lançando dez músicas por semana, apavorada com a ideia de cair no esquecimento), dividindo a cena com um constrangedor Psy e bandinhas nacionais que parecem de brinquedo. 

Entre trilhas de novelas, filmes e divas, mergulhei em Kylie Minogue nos últimos dias. A australiana miúda e sexy prepara um novo álbum, ôba! Recentemente, ela lançou uma coletânea de hits em versão acústica. Paguei sorrindo pelo CD, minha trilha de todas as manhãs, enquanto tomo meu café. Eis uma das minhas preferidas, "Finer Feelings". Kylie canta: "O que é o amor sem os sentimentos nobres? Apenas sexo, sem o poder da cura". 
Nossa, como eu estou insuportável! Beijo pop.

Comentários

  1. Achei que só eu estava "azeda" esses tempos! haha
    Só vou defender Django, porque eu ri muito e adoro filme que me faz rir demais. Mas claro que reparei nos exageros (a cena da moça que é arremessada longe com um tiro apenas e outros).
    E nessa onda de querer rir (pra tentar curar o azedume) vi também "De pernas pro ar II".. ri bastante, mas achei um desperdício o Eriberto Leão lá no meio..ele não combina com comédia.
    Mas os lançamentos não me pegam fácil.. estou fazendo uma listinha de "filmes para ver antes de morrer" com as sugestões dos meus amigos cinéfilos.. e assim vai ser, até surgir algo bom ou pelo menos até meu azedume passar. rs

    Abraços
    ;)

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    1. Também gostei de "Django", Natália. Mas Tarantino teve o ápice mesmo em "Kill Bill". Ah, também adorei "De pernas pro ar 2", excelente entretenimento, melhor que o primeiro. Depois te dou mais algumas dicas para você ver antes de morrer, rsrs. Bjo.

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    2. Ah, quero indicações sim, por favor! =p
      Obrigada.. bjs

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    1. Obrigado, Fernando. Esse post foi no susto e na raiva, hehe. Ab!

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  3. Você está envelhecendo... e isso é bom demais!!! hehehehehehehe

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    1. Né? Bom demais mesmo, Ricardo. Se bem que, de certa forma, sempre me senti velho, no bom sentido, rs. Abraços.

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  4. A musica é muito bonita, porem sou adepto da New Age tipo YANNI com 2 DVD's fantasticos, ou a maravilhosa Loreena McKennitt em seu DVD Nights From the Alhambra. Se voce assistir uma vez fica viciado ele não é lindo, é maravilhoso. Uma combinação de musicos, musicas e instrumentos os quais nunca havia visto ou ouvido. Esperimentem, viciem e depois comentem.

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