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Festa de casamento


Estou puto. Bom sinal. Vamos começar pelas festas de casamento. Não me convide. Se eu for, é por obrigação mesmo, o que não é do meu feitio. A cara feia, ornada com um sorriso amarelo, é minha marca registrada nesse tipo de evento. Este sou eu, honey.
Eu acredito no amor. Não em casamentos, no manual. Não compro a idéia de Julia Roberts em “O Casamento do meu melhor amigo”. Dispenso o clichê. Prefiro a noiva depressiva de “Melancholia”, do Lars von Trier, em que o matrimônio equivale ao fim do mundo.
Estive em dois casamentos no fim de semana. Hipócrita, não! Corajoso. Gosto de confrontar minhas teorias e testar a paciência, enquanto degusto lingüiça mal passada.
No primeiro, fui empurrado. A vida é assim. Se você não pretende morrer sozinho, precisa fazer sacrifícios. A maior prova de amor que ofereço é dar as caras em festa de casamento. O povão bêbado, os salgadinhos, a música ruim, o calor, as juras apaixonadas, o bolo enjoativo, absolutamente tudo me tira do sério. A prática me tornou mestre em controlar a ira, quase sempre recheada com excesso de sinceridade. “Sincericídio” não combina com essas celebrações, turbinadas a ilusão e mau gosto. Quase ninguém percebeu que eu gritava por dentro. Tudo bem, já passou. Felicidades aos noivos, anyway.
O segundo casamento eu vi no cinema. Edward e Bella trocaram votos em “Amanhecer”, quarto filme da saga “Crespúculo”. Odeio, mas assisto. Coisa de cinéfilo-mala. A intenção, ali, é óbvia: convencer os jovens promíscuos, pós-liberação sexual, de que vale a pena se guardar para o verdadeiro amor. Esforço em vão. Todo mundo quer ver o vampiro dando umazinha. Frustrante para quem esperava espiar o traseiro do Robert Pattinson (será que brilha no Sol?) ou pelo menos uma fração do mamilo da Kristen Stewart (será que ela colocou silicone?). "Amanhecer" é trash, constrangedor. Bella toma sangue de canudinho. Até o Taylor Lautner, o único realmente atraente, parece estar de saco cheio e quase já não tira a camisa. A mensagem está clara: casamento não é um mar de rosas. A festa, então, nem se fala. Help!
Por último, e não menos importante, o Facebook. Entrei nessa bagunça, porque quero transformar o blog em livro. Vou compilar algumas das crônicas, as mais ácidas, que escrevi nos últimos 15 anos, desde quando comecei a vociferar meus sentimentos nas páginas de “O Jornal de Batatais”. O Face é para atrair mais seguidores, potenciais parceiros (como a editora “Novo Conceito”) e semear o terreno do projeto. Está funcionando. Para o profissional pode ser útil. Para o pessoal, sorry, é um poço de constrangimento.
É verdade que não sou muito habilidoso com as mídias sociais. Pura falta de interesse. A cada acesso, me dá vontade de reencarnar em outro planeta, onde as pessoas não se casam para cumprir uma missão social e ultrapassada; onde não é preciso provar nada pra ninguém; onde as mamães não postam fotos dos bebês mamando em seus seios inchados; ou beijando seus parceiros, para mostrar que o relacionamento vai bem; onde Luana Piovani não exibe seus “pés de pãozinho", às vésperas de parir; e onde a humanidade possa existir de fato, sem ferramentas virtuais que prometem companhia e popularidade, mas que só aumentam a sensação de ridículo e de que estamos nos vendendo barato demais para fazer parte de um grupo.
Pronto. Agora vou devorar um sanduba, ouvir "Moves like Jagger", do Maroon Five (tuda!) e rever "Lua de Fel". Sim, a vida compensa. 

Comentários

  1. Hahahaha. Adoro ler você todo nervoso!rs
    Pois é, meu caro, quanto às redes SOCIAIS, o próprio nome descreve a função que esses bichinhos tem.
    Já sobre os casamentos, hoje penso igual a você. Que a minha avó não saiba disso (ou morre de desgosto.rs). Mas acho que a ficha já caiu para a maioria das pessoas. Isso ficou comprovado por uma pesquisa divulgada recentemente pelo IBGE. O número de uniões "informais" o famoso (morar junto)já representa um terço do total de casamentos no nosso querido país.
    Não condeno, mas acredito que o ritual é para quem tem necessidade de que a sociedade saiba da união. Eu tenho objetivos muito mais aproveitáveis para o meu rico dinheirinho.rs.
    Pode ficar tranquilo, porque não vou torturar você quando me casar!
    No Natal estarei em Ribeirão. Será que consigo ver você?
    Beijo beijo

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  2. Hahahahaha ... será que a bunda dele brilha? A treva uma bunda brilhante hein!?! Bjs amoreeee.

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  3. Nossa, Ro, o texto deu até mal estar, de tão carregado. Mas, vamos lá, "ácido" como sempre hehe.

    Sou do tipo que apoia festas de casamento, nascimento de filhos, compras de carro, cachorros ou escolha de tatuagens, desde que seja uma escolha consciente das pessoas envolvidas e que, PRINCIPALMENTE, tudo seja feito para satisfazer uma vontade própria – não dos outros. Felicidade e realização!

    Sabemos que tem muita gente que força a barra por aí e faz esse tipo de coisa por fazer ou para os outros darem "CURTIR", mas também existe o contrário.

    Sobre a Saga Crepúsculo – a qual eu também dispenso – "Amanhecer" é o quarto volume.

    Beijão, rewolts! rsrs

    Matheus.

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  4. Matheus, texto corrigido. Thanks. Se deu mal-estar, bingo! Hehe.

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    Karina, vale ver o filme pra dar risada. Sdd enorme!

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    Lu, vamos nos ver, claro! Me liga, pelamor. Bjo!!

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  5. Parabéns pela parceria, Ro! Já consigo imaginar o lançamento do primeiro livro.
    Beijos. Luciana.

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  6. Obrigado pela visita e pelas considerações, Amanda. Já passei lá pelo seu cantinho e gostei muito. Volte sempre. Um abraço.

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  7. Puxa, quanto tempo não passo por aqui!
    (correria de tcc - que valeu 10 por sinal, hehe)

    E claro, mais uma vez, visito e saio satisfeita com o que leio. Adoro seu estilo. Tenho certeza de que terá muio sucesso com o livro.
    Sabia que isto está nos meus planos também?!
    Sorte pra nós!

    Feliz 2012!!!

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  8. Lucimara, que saudade tb! Sucesso pra gente em 2012, minha querida. Um beijo.

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  9. Nossa...primeira vez que venho aqui e já estou adorando este blog.
    Meus parabéns!

    Alexandre

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